[…] «Nem (sempre), por encomenda, ocorrem descobertas ocasionalmente tão gratificantes – como no caso de Laura Galvão – revelado na idade em que o profumo di donna se fixa como traço (in)visível da personalidade, das afirmações vocacionais e da maturidade da inteligência emocional, por roda dos quarenta, tal como (com profumo di uomo) acontecera a José Júlio, um dos grandes valores esquecidos da pintura dos anos sessenta quando, em Portugal, nascia e não pintava, ainda, esta jovem artista. A transparência do seu percurso pictórico (re)toma-se na coerência estrutural do desenho linear original, naturalista (de aprendizado quase clássico) firme, sensível, exercitado na fluidez caligráfica, associado, mesmo, a um lettrisme nada-circunstancial(?), tal como surge, explorado em composições tendencialmente conceptualistas de «cores e sabores» ou, adivinhado, nos exercícios picturais despretensiosos e de excelente conjugação cromático-compositiva, em trabalhos seus, exibidos precedentemente, nas exposições com que inicia carreira, neste limiar do séc. XXI» […] ■ José Luís Ferreira (crítico de arte)
Laura Galvão: sensualidade e leveza
Tendo elegido como base da sua obra plástica o detalhe dos planos, trabalhando os pormenores com uma inequívoca corporeidade, mas apresentando as formas como as verdadeiras protagonistas das suas composições, Laura Galvão consegue o seu golpe de asa através de um sábio toque nas velaturas, o que quer dizer que acaba por lhes conferir uma grande força interior.
Num primeiro momento, Laura Galvão limita voluntariamente a sua paleta e, assim, na sua pintura predomina uma atmosfera quase monocromática, reforçada por pouca variedade de tons, à base de cinzentos e de ocres. Mas em breve nos apercebemos de que há outras cores para descobrir, à medida que damos conta da sensualidade que decorre da leveza do traço e da intencional figuração muito pessoal, intuída essencialmente pelo ritmo das formas e na qual, paradoxalmente, não se permite nenhuma concessão ao detalhismo.
A pouco e pouco apercebemo-nos igualmente de formas vegetais e naturezas mortas no melhor estilo clássico, aflorando, porém, um sentido novo de cor, mais alegre, com o aparecimento de vermelhos, transitando, sem estridências e sem solução de continuidade, mas de maneira lógica, de um marcado gestualismo, quase abstracto, para uma figuração lírica, acentuadamente encantatória.
Grande criadora de âmbitos oníricos submetidos a uma trama pictórica muito bem urdida - textura, desenho, cor, luz, espaço, técnica e composição convivem de forma harmónica, sem deixar nunca que o rigor da sua utilização afogue o sentimento de uma obra cálida e profundamente emocional - Laura Galvão revela uma especial sensibilidade para a linha, o peso, o contorno e a transparência das coisas, que parecem emergir de uma neblina poética e luminosa, cheia de serenos matizes que ilustram uma grande capacidade de idealização.
Rodrigues Vaz (critico de arte)
Curriculum Laura Galvão
Laura Galvão, nasceu na cidade de Lisboa em 1961. Licenciada em gestão de empresas desde cedo sentiu que a pintura era uma das suas grandes paixões, daí a belas artes foi um pulo. Frequentou os cursos de desenho e pintura na Sociedade Nacional de Belas Artes (1999/2000). Workshops com o Professor Rui Aço.
Exposições Individuais
2010 - Flores do Cabo, Sintra
2009 - Consulado Geral de Portugal, Paris
- - Simmons & Simmons, Lisboa
2008 - Fundação Marquês de Pombal, Linda-a-Velha
- Galeria 55, Santarém
2007 - Galeria Muuda, Porto
2006 - Galeria Art`Emporium, Lisboa
2005 - Caixa Geral de Depósitos, Bruxelas
- Embaixada de Portugal, Bruxelas
- Museu Dr. Anastácio Gonçalves, Lisboa
2004 - Galeria Rotas d`Arte, Lisboa
- Câmara Municipal de Lisboa - Biblioteca de Belém
- Galeria Respública, Santarém
2003 - Galeria Rotas d`Arte, Lisboa
- Espaço Simões de Almeida, Vale de Lobo
2002 - Galeria Rotas d`Arte, Lisboa
2000 - Pateo Dos Sabores, Lisboa
Exposições Colectivas
2009 - Bienal de Sesimbra
2008 - Arte pela paz, Faial
2007 - First Gallery, Lisboa
- Exposição Internacional Pintura, Vendas Novas
2003 - Embaixada do Brasil, Bruxelas
2002 - Galeria Respública, Santarém
2001 - Lux Deco
2000 - Casa Decor, Cascais
- Inter Home 2002
- Galeria Pedro Sem, Lisboa
Referência no livro “Pintura Contemporânea Portuguesa”, Dez.2008
