[…] «Nem (sempre), por encomenda, ocorrem descobertas ocasionalmente tão gratificantes – como no caso de Laura Galvão – revelado na idade em que o profumo di donna se fixa como traço (in)visível da personalidade, das afirmações vocacionais e da maturidade da inteligência emocional, por roda dos quarenta, tal como (com profumo di uomo) acontecera a José Júlio, um dos grandes valores esquecidos da pintura dos anos sessenta quando, em Portugal, nascia e não pintava, ainda, esta jovem artista. A transparência do seu percurso pictórico (re)toma-se na coerência estrutural do desenho linear original, naturalista (de aprendizado quase clássico) firme, sensível, exercitado na fluidez caligráfica, associado, mesmo, a um lettrisme nada-circunstancial(?), tal como surge, explorado em composições tendencialmente conceptualistas de «cores e sabores» ou, adivinhado, nos exercícios picturais despretensiosos e de excelente conjugação cromático-compositiva, em trabalhos seus, exibidos precedentemente, nas exposições com que inicia carreira, neste limiar do séc. XXI» […] ■ José Luís Ferreira (crítico de arte)